O Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran|ES) sedia o “Curso Psicologia na Perícia do Trânsito: Contribuições, Resoluções e Técnicas” nesta segunda-feira (29) e terça-feira (30), no auditório do órgão, em Vitória. O evento promove a atualização e formação dos profissionais que atuam na avaliação psicológica dos candidatos à habilitação e condutores.

Na ocasião, os profissionais também vão debater o posicionamento e as ações da categoria frente ao Projeto de Lei 3267/2019, que faz alterações no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), incidindo diretamente na atuação dos psicólogos peritos de trânsito. O PL propõe mudanças como aumentar de 5 para 10 anos a validade dos exames de aptidão física e mental, ampliar o limite de pontos para suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), reduzir a penalidade para quem transportar crianças fora de dispositivos de retenção e o fim da exigência do exame toxicológico para a renovação da CNH das categorias C, D e E.

O diretor geral do Detran|ES, Givaldo Vieira, participou da abertura na manhã desta segunda-feira (29) e se posicionou na defesa da categoria e convidou os profissionais a debaterem a sua atuação com o órgão de trânsito no Estado. “Considero essa formação muito importante para atualizar os profissionais e avaliar as mudanças propostas. Estamos de portas abertas para as demandas dos psicólogos peritos de trânsito. Nossa visão é que as mudanças propostas pelo Governo Federal para o trânsito são um conjunto de equívocos, que dão a ideia de que tudo está liberado e não têm como foco a proteção da vida, que deve ser o principal objetivo na gestão do trânsito”, criticou.

“Valorizamos e entendemos a importância do exame psicológico como primeiro critério para a avaliação das condições do condutor que está se habilitando. Somos contrários a qualquer medida que vá de encontro a esse procedimento essencial e necessário para a preservação da vida no trânsito”, disse o diretor de Habilitação, Veículos e Fiscalização do Detran|ES, Marcus Perozini.

A avaliação contrária às propostas é compartilhada pela categoria e entidades que participam do evento. “Precisamos defender a psicologia do trânsito enquanto área da saúde que vai contribuir para a redução dos acidentes e preservar a vida no trânsito”, disse o conselheiro do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Fabián Rueda.

A diretora da Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (Abrapsit), Juliana Guimarães, defendeu a função do psicólogo perito de trânsito na valorização da vida. “No Brasil, se mata mais no trânsito do que em uma guerra. Nós estamos diante de pessoas que têm em suas mãos uma arma, que é o veículo. Então, o psicólogo perito de trânsito tem a função importante de avaliar quem vai usar essa arma e de que forma para preservar a vida de todos os que estão no trânsito”, disse.

Participaram da abertura o diretor geral do Detran|ES, Givaldo Vieira, o diretor de Habilitação, Veículos e Fiscalização, Marcus Perozini, a coordenadora de Exames Médicos e Psicotécnicos, Rudyani dos Santos, a representante do Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região (CRP-16/ES), Juliana Brunoro de Freitas, a diretora da Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (Abrapsit), Juliana Guimarães, o conselheiro do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Fabián Rueda, e o presidente do Sindicato dos Psicólogos no Estado do Espírito Santo (SINDPSI-ES), Willian Fontes.

Curso

O “Curso Psicologia na Perícia do Trânsito: Contribuições, Resoluções e Técnicas” é fruto da parceria entre o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (Abrapsit), com apoio do Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região (CRP-16/ES) e do Detran|ES. Ele está sendo realizado em duas turmas, uma no dia 29 de julho, e outra no dia 30, no auditório do Detran|ES, em Vitória.

O objetivo é estabelecer critérios de padronização para o processo de avaliação psicológica no contexto do trânsito, atendendo às necessidades de capacitação dos profissionais com as novas orientações técnico-científicas. Além disso, busca-se padronizar uma perícia psicológica para o trânsito em todo o país.

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