Governo do Estado do Espírito Santo
09/04/2010 18h03 - Atualizado em 12/12/2017 11h09

Detran|ES e Sedu assinam parceria inédita na área de educação de trânsito

O diretor do Departamento Estadual de Trânsito, Marcelo Ferraz, e o secretário Estadual de Educação, Haroldo Corrêa Rocha, assinaram nesta sexta-feira (09) o convênio que dá inicio ao programa “Educação e Cidadania em Trânsito”, que tem a participação do antropólogo Roberto DaMatta.

O programa consiste em reunir professores, pedagogos e alunos de escolas da rede pública e privada do Estado em grupos de pesquisa. Dessa forma eles vão dar a sua contribuição com informações e sugestões na montagem de materiais didáticos, que serão utilizados nas escolas estaduais.




O objetivo é fazer com que o assunto ‘trânsito’ seja abordado e discutido dentro da rede de ensino estadual, fazendo com que crianças e jovens aprendam desde cedo a importância de respeitar as leis de trânsito.




Segundo Marcelo Ferraz, a tarefa de levar a educação de trânsito à sala de aula é complexa e cheia de desafios. “Nós trouxemos para nos ajudar nesta tarefa um excelente orientador. Nós buscamos o professor DaMatta para nos ajudar a construir as perguntas corretas, e junto com a Sedu celebrar esta parceria, que em breve trará ao nosso Estado uma consciência cidadã no trânsito, digna de nos reconhecermos como espécie genuinamente inteligente”, explicou.




O secretário de Estado da Educação, Haroldo Corrêa Rocha, destacou que o tema trânsito é de grande relevância, pois está presente no dia-a-dia das pessoas. “O caminho que o Detran e a Sedu querem seguir não é simplista. Não basta apenas elaborar normas, é preciso entender como as pessoas pensam”.




O secretário falou, ainda, sobre a importância da parceria firmada entre a Sedu e o Detran, que pretende levar a Educação no Trânsito para a sala de aula. “A educação para o trânsito é um processo que passa pela mudança do modo de agir e de pensar das pessoas e a escola tem um papel muito importante nesse processo de construção dos cidadãos”, frisou.




Para o professor Roberto DaMatta, qualquer programa de educação que inclua o tema trânsito não terá êxito se não ouvir os principais atores do processo de aprendizagem: os professores. “Os professores são absolutamente os maiores responsáveis pelo processo de transformação. É preciso mudar esse comportamento individualista do condutor no trânsito”, afirmou.




Segundo o antropólogo, as pessoas mudam de comportamento nas ruas. Essa mudança depende, por exemplo, de quem é o outro motorista. “O espaço público construído pelos veículos possui a impessoalidade. Você não sabe quem está no outro veículo e por isso quer levar vantagem. Porém, quando o outro motorista é um amigo, o comportamento muda e a cordialidade aparece”.

Segunda etapa

O programa “Educação e Cidadania em Trânsito” é uma continuidade da pesquisa “Igualdade no trânsito”, coordenada pelo antropólogo Roberto DaMatta em parceria com o Detran|ES. O estudo, inédito no Brasil, mostra que não é fácil mudar os hábitos das pessoas adultas, por isso a importância de fazer com que desde cedo o ser humano assimile as leis, fazendo com que passem a fazer parte de suas vidas.

Com base no conteúdo deste estudo, esta segunda etapa do projeto fará um levantamento de informações para aplicação dos conceitos e problemas apontados na pesquisa, através de um processo construído com apoio dos professores, pedagogos e alunos.

Todos vão participar de uma ampla pesquisa com o objetivo de buscar subsídios para montar o material didático e sua dinâmica de aplicação nas escolas da rede pública Estadual. Esta fase vai durar três meses e ainda contará com workshops com o professor Roberto DaMatta para envolvimento dos professores.

O diretor geral do Detran|ES, Marcelo Ferraz, está entusiasmado com o novo programa do órgão e confiante que a iniciativa será um sucesso no Estado. “Ter a coordenação do professor Roberto DaMatta, qualificado com a vivência dos professores e da equipe da Sedu, faz desse programa de educação de trânsito, que começa a ser construído, uma experiência que já nasce marcada fortemente por inovação de valor e portadora de futuro rumo a um novo padrão de convivência civilizada no trânsito”, afirma.

Terceira etapa

Na terceira fase do projeto, será produzido o material didático para aplicação em sala de aula. Esses produtos poderão ser livros, apostilas, softwares, filmes, e outros, que serão decididos de acordo com as contribuições dos colaboradores da rede de ensino estadual. A meta é iniciar o próximo ano letivo com o material pronto e os professores envolvidos.

Roberto DaMatta

Roberto DaMatta é o quarto autor mais citado em trabalhos acadêmicos em Ciências Sociais no Brasil, atrás apenas de três pilares da sociologia: Karl Marx, Max Weber e Pierre Bourdieu. Sua obra ultrapassa a fronteira da antropologia ao interpretar o Brasil em seus dilemas e ambigüidades. A partir da festa mais popular da cultura brasileira - o Carnaval -, DaMatta deixa de lado o Brasil oficial e lança um novo olhar sobre o País, que põe em foco elementos geralmente deixados à margem nos estudos antropológicos.

Nascido em Niterói (RJ), esteve durante a década de 1960 na Universidade de Harvard (EUA), onde concluiu mestrado e doutorado. Voltou ao Brasil em 1970. Autor de 11 livros e de mais de uma centena de artigos científicos, atualmente ocupa a cátedra Reverendo Edmund P. Joyce de Antropologia da Universidade de Notre Dame, em Indiana (EUA), onde leciona desde 1987. DaMatta vive entre os EUA e Niterói, onde passa sistematicamente alguns meses por ano.

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