Governo do Estado do Espírito Santo
22/09/2008 06h23 - Atualizado em 12/12/2017 11h04

O papel na sociedade e a mentalidade da criança no trânsito em debate

Ensinar os filhos a se comportar nas ruas se inicia ao sair para passear ou levá-los à escola. A importância se dá porque os bons exemplos dados na infância firmarão seus valores morais e éticos, favorecendo os pequenos na vida no trânsito. Para abordar o tema proposto – A Criança e o Trânsito – pelo Conselho Nacional de Trânsito na Semana Nacional de Trânsito (de 18 a 25 de setembro), o Governo do Estado, por intermédio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES), realiza nesta terça-feira (23), de 9 às 18 horas, no Centro de Convenções, em Vitória, palestras e fóruns com entrada gratuita. As inscrições poderão ser feitas somente pelo site: www.acriancaeotransito.com.br.

O Detran-ES esclarece que é necessário ter um cuidado especial com os pequeninos, pois a percepção deles sobre os perigos que a circulação de veículos representa às suas vidas é diferente da dos adultos.

Buscando traçar estratégias para garantir a segurança das crianças no trânsito e poder instruí-los para que sejam condutores conscientes, este ano o departamento convidou para palestrar e debater com as escolas, as famílias, a sociedade, a imprensa e o Estado, o jornalista Caco Barcellos, o médico Içami Tiba, o escritor e Doutor em Comunicação, Semiótica, Filosofia e mestre em Direito e Ciências Sociais, Gabriel Chalita, além do antropólogo Roberto DaMatta.

Estudos apontam que as crianças acreditam que estando próximas aos adultos estarão seguras. Muitas vezes não percebem que ações aparentemente simples, como brincar em frente às suas casas, podem representar grandes ameaças às suas vidas. Além disso, elas têm o campo visual mais restrito por possuírem baixa estatura.

Para a diretora geral do Detran-ES, Luciene Becacici, os pais precisam dar exemplo. “Por mais que sejam feitas ações nas escolas, a melhor educação possível é o exemplo dos pais. A criança aprende imitando aquilo que vê os adultos fazerem. Não adianta ensinar que é preciso atravessar a rua na faixa, com o sinal vermelho para os carros, se o adulto responsável faz o contrário”, explicou.

Luciene disse ainda que o amadurecimento da criança, em relação à sua própria independência, é vital para a convivência no trânsito. Entretanto, esse processo tem que ser gradual e com muita educação. “Se ela sempre estiver com os pais, ao transitar pelas ruas, terá a sensação contínua de segurança, caso não seja bem instruída, na hora de andar sozinha poderá achar que o trânsito não é tão perigoso ou repetir os erros já cometidos pelos adultos”, disse.

De acordo com o Ministério da Saúde anualmente morrem, no país, cerca de 2.400 crianças entre zero e 14 anos vítimas de acidentes no trânsito. Outras 10 mil sofrem seqüelas permanentes. Por conta disso o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), já regulamentou, por meio da Resolução 265/08, o trânsito como atividade extracurricular em instituições de ensino médio e prepara, agora, as diretrizes nacionais da educação no trânsito para a educação infantil e ensino fundamental.

O risco de acidentes de trânsito cresce, entre as crianças, a partir dos nove anos de idade. É quando os pais julgam que já é possível deixá-las circularem sozinhas pelas vias. Mas Luciene alerta: “na hora de atravessar a rua, deve-se pensar duas vezes antes de deixá-las irem sós, o risco das crianças se acidentarem pode ser reduzido com o exemplo dos adultos e com o ensino de um comportamento seguro para pedestres”, alertou.

Entendendo a cabeça das crianças

Para uma criança, buscar a bola que caiu do outro lado da rua é mais importante do que verificar se a travessia é segura. Isso acontece porque ela busca a satisfação imediata dos seus desejos. A noção do que seja a morte também é distorcida, pois, para ela, vida e morte são brincadeiras. É melhor dizer que ela vai se machucar muito e que vai doer bastante.

De acordo com a psicoterapeuta Rita de Cássia Chagas Rodrigues, a noção que os pais dão de espiritualidade, necessária em várias ocasiões, não representa a realidade sobre a morte.

“Dizemos para a criança que quando alguém morre, essa pessoa vai ficar junto a papai-do-céu. A interpretação dela é literal. Ela acha que essa pessoa pode aparecer a qualquer momento e fazer uma visita, por exemplo”, ressaltou Rita.

Estas situações acontecem, segundo Rita, porque não prestamos atenção na forma como falamos. Se explicarmos algo para uma criança pequena, ela irá entender e gravar isso como verdade. Cobrar uma atitude diferente depois é uma incoerência. Somente com a experiência e a educação contínua dos pais e da escola é que a criança vai absorvendo os conceitos de forma ideal.

Para ela, a campanha da faixa de pedestres, realizada pelo Detran-ES, é uma excelente forma de conscientizar a criança sobre o uso da faixa. Além disso, a campanha reforça a importância de ver e ser vista, pois, segundo Rita, a criança acha que se ela avistou o carro, o condutor também a viu, o que nem sempre ocorre. Quanto ao condutor é preciso ter muito cuidado. Os pequenos crêem que ao esticar as mãos os carros irão parar, como é correto. Ao ver um pedestre no canto da faixa, com a mão esticada, é preciso parar. Sobretudo se for uma criança.

Confira algumas dicas importantes com relação à criança e o trânsito

- Crianças pequenas muitas vezes têm opiniões erradas sobre carros. Elas pensam que os carros podem parar instantaneamente ou que, se elas podem ver o motorista, ele também pode vê-las.

- Crianças menores estão em crescente risco de morte e lesão por atropelamento nas entradas de garagem. Principalmente quando o veículo está dando ré.


- Olhar para os dois lados várias vezes antes de atravessar a rua. Atravessar quando a rua estiver livre e continuar olhando para os lados enquanto atravessa.

- Utilizar a faixa de pedestres sempre que disponível. Mesmo na faixa, a criança deve olhar várias vezes para os dois lados e atravessar em linha reta. Quando não houver faixa de pedestre, a criança deve procurar outros locais seguros para atravessar, seja na esquina ou em passarelas ou próximo a lombadas eletrônicas.

- Não atravessar a rua por entre carros, ônibus, árvores e postes.

- Em estradas ou vias sem calçadas, caminhar de frente para o tráfego (no sentido contrário aos veículos) para as crianças verem e poderem ser vistas.

- Sempre que estiver com mais de uma criança, é preciso caminhar em fila única.

- Ao desembarcar do ônibus, esperar que o veículo pare totalmente e aguardar que ele se afaste para atravessar a rua.

Segurança no transporte de crianças em veículos

- O local mais seguro dentro de um veículo é o centro do banco traseiro. O cinto fixado em vários pontos evita que o passageiro seja projetado contra o interior do carro.

- O embarque e o desembarque sempre deverão ser efetuados pelo lado da calçada. A criança não deve aguardar o veículo sem estar acompanhada de um adulto.

- As travas bloqueiam a abertura interna das portas traseiras e devem ser usadas. Os vidros devem ser levantados para evitar risco de movimentos impulsivos da criança.

Veja os equipamentos de segurança mais adequados para cada idade:

Cadeira tipo concha:

Ideal para ser usada do nascimento até os 8kg. Possui acessórios que fixam o pescoço do bebê mantendo o equilíbrio da criança.

Deve ser instalado no sentido inverso da posição normal do banco do veículo, o que evita trancos em caso de freadas e colisões.

Cadeira fixa:

Pode ser usada até os quatro anos de idade ou os 18kg.Utilizada em crianças que já possuem o pleno equilíbrio da cabeça.

Cadeira fixa maior:
Igual à cadeira fixa, porém um pouco maior. Protege crianças de até 10 anos de idade.

Booster ou Banquinho auxiliar:
Prático e leve é indicado nas situações em que a cadeirinha tornou-se pequena.
Trata-se de um equipamento especialmente projetado para elevar a criança no banco do automóvel, permitindo que o cinto de segurança fique na posição correta.
Pode ser utilizado em substituição à cadeira fixa maior, entretanto não garante o mesmo conforto em trajetos longos.

Cinto de segurança:
O uso do cinto de segurança somente será indicado quando a criança ou adolescente estiver com altura de no mínimo 1,45m e conseguir sentar-se corretamente com os pés apoiados no piso. O cinto é inadequado quando sua faixa transversal cruzar o pescoço ou se a faixa sub-abdominal cruzar a região do estômago.

Serviço:

Informações sobre os fóruns e palestras podem ser obtidas pelo telefone (27) 3225-6658.

Inscrições para os fóruns e palestras devem ser feitas somente pelo site: www.acriancaeotransito.com.br

Informações à Imprensa:
Assessoria de Comunicação do Detran-ES
Vivian Camargo
(27)3137-2627/ (27)9979-0642
viviancamargo@detran.es.gov.br
Vinícius Yungtay
(27)3137-2627/ (27)9943-7060
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