Que tal ter crianças como promotores de educação no trânsito, aprendendo sobre a importância dos comportamentos seguros e despertando atitudes afirmativas na reivindicação do seu direito à vida? O tema, proposto pelo Governo do Estado, por intermédio do Departamento Estadual de Trânsito do Espírito Santo (Detran-ES), será abordado na Semana Nacional de Trânsito, que será realizada no próximo dia 23 de setembro, das 8 às 18 horas, no Centro de Convenções de Vitória. As inscrições estarão abertas a partir desta terça-feira (16), no site www.acriancaeotransito.com.br, ou pelo telefone: (27)3225-6658. As vagas são limitadas.

Participam das palestras o jornalista Caco Barcellos; o médico e psiquiatra, Içami Tiba; o doutor em Direito, Comunicação e Semiótica, Gabriel Chalita; e o antropólogo Roberto DaMatta. Os participantes falarão sobre o papel da família, da escola, da sociedade e da mídia na educação de trânsito, voltado para a Semana Nacional de Trânsito 2008, que acontece de 18 a 25 de setembro e que neste ano traz como tema “A Criança e o Trânsito –Respeito e Educação de Mãos Dadas”.

A diretora geral do Detran-ES, Luciene Becacici, falará sobre o papel do Estado. De acordo com Luciene, o evento abordará como o Estado e a sociedade podem contribuir na formação do futuro condutor ainda na infância de maneira a construir motoristas e pedestres conhecedores das leis, mas principalmente conscientes de seu papel no sistema de trânsito. “Pela manhã foram convidados palestrantes que abordarão a importância do nivelamento e inspiração sobre o papel dos diferentes segmentos da sociedade que influenciam de forma direta na formação do comportamento deste futuro condutor”, declarou.

“No período da tarde os participantes do seminário irão se inscrever em fóruns de debates e, ao final do evento, serão produzidos quatro relatórios temáticos e um relatório final consolidado. Os relatórios deverão ser construídos com base nas discussões que serão realizadas nos grupos e deverão servir como base para o Detran-ES nas suas estratégias de melhoria do trânsito do Espírito Santo, afirmou Luciene.

Quem são eles:

Caco Barcellos: O papel da Mídia - Jornalista da TV Globo, responsável pelo programa Profissão Repórter;

Içami Tiba: O papel da Família: - Médico e psiquiatra, autor dos livros” Quem ama educa” e “Disciplina - O Limite na Medida Certa”, entre outros.

Gabriel Chalita: O papel da Escola: - é doutor em Direito e em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, mestre em Ciências Sociais pela mesma instituição e bacharel em Filosofia. É professor titular da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e professor nos programas de graduação e pós-graduação da PUC-SP, além de ensinar em outras faculdades. Membro da União Brasileira de Escritores, é autor de diversas obras nas áreas de Direito, Filosofia, Política, Pedagogia e Biografia, como por exemplo “Educação: a solução está no afeto”, “Trilogia da vida” e “Vivendo a Filosofia". Foi Secretário da Educação do Estado de São Paulo e Presidente do Conselho Nacional de Secretários da Educação. É membro da Academia Paulista de Letras e tomou posse na cadeira número cinco, em março de 2006.

Roberto DaMatta: O papel da Sociedade:- antropólogo e sociólogo, autor dos livros “Carnavais, Malandros e Heróis” e “A Casa e a Rua” . Além de ser o consultor responsável pelo estudo “Comportamento do motorista no trânsito”, contratado pelo Detran-ES. “A Criança no Trânsito”
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), com o objetivo de auxiliar na conscientização de pedestres, ciclistas e condutores sobre os deveres e direitos no trânsito, está priorizando em 2008 a educação para o trânsito. O Contran já regulamentou, por meio da Resolução 265/08, o trânsito como atividade extracurricular em instituições de ensino médio e prepara, agora, as diretrizes nacionais da educação no trânsito para a educação infantil e ensino fundamental.
De acordo com estatísticas do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), 21.199 crianças de 0 a 12 anos foram vítimas em acidentes de trânsito ocorridos no País em 2006. Desse total, 818 foram vítimas fatais.
Segundo dados do Ministério da Saúde, entre os óbitos por acidentes envolvendo crianças de 0 a 14 anos, os relativos ao trânsito aparecem em primeiro lugar. Em 2004, 41,1% das mortes por acidentes foram no trânsito, seguidas por afogamento (26%), sufocação (13,4%), queimaduras (6,6%) e outros (12,9%)
No Espírito Santo, em média, 8% das vítimas fatais envolvidas em acidentes de trânsito são crianças com idade entre 0 a 17 anos.
O Detran-ES, com o objetivo de analisar de maneira mais profunda o comportamento do motorista para o desenvolvimento de políticas públicas de trânsito e maior efetividade das ações educativas, contratou uma pesquisa sob a coordenação do antropólogo Roberto DaMatta, concluída em maio deste ano.
A pesquisa detectou que a questão da educação de trânsito deve extrapolar a divulgação das regras estabelecidas no Código Nacional de Trânsito (CTB) e abordar de forma mais abrangente o comportamento ‘cidadão’ de motoristas e pedestres. “A percepção de que a solução pela severidade da lei e punição rigorosa é real, mas também é evidente que a obediência diz respeito não só ao código em si, mas a sua aplicabilidade consistente, a atitude dos cidadãos para com as regras e, mais que isso, os contextos nos quais as regras se aplicam”, explicou DaMatta.
O estudo revela que a imprudência e a falta de segurança no trânsito decorrem da ausência de uma consciência igualitária justamente no espaço público aonde a necessidade de uma convivência sadia é mais necessária: nas ruas e avenidas, nas estradas e viadutos das cidades brasileiras.

Novas perspectivas para a Educação de Trânsito de acordo com resultados da pesquisa:
A percepção do trânsito como um sistema e não como um elemento isolado, no intuito de ressaltar as motivações, percepções e valores que os usuários deste sistema se utilizam quando nele se inserem, seja como condutor de algum veículo motorizado ou como pedestre.
Nesse sistema todos são atores e todos têm responsabilidades na construção desse espaço. Afinal, ele pertence à nossa cidade e faz parte de nossas vidas.
É necessária uma atuação vigorosa e consistente em pré-escolas e escolas primárias e secundárias com enfoque da educação de trânsito, além das regras, mas, no sentido de um comportamento cidadão.
Orientar as crianças que a regra impessoal (a faixa, o sinal) que impõe o limite, tem uma racionalidade. Segui-la não é um sinal de inferioridade social, mas um modo inteligente de participar da vida coletiva, modo baseado no respeito pelo outro.
Atuar junto aos motoristas e pedestres na conscientização de que dirigir é um ato de grande responsabilidade porque atinge os outros e a nós mesmos.
E principalmente, que a solução dos problemas encontrados no trânsito, principalmente os graves acidentes e a mortalidade apenas poderão ser encontrados por meio de uma mobilização social.

Programação do evento:

8h30 - Credenciamento
9h00 - Abertura
9h20 - O papel do Estado na Educação de Trânsito - Luciene Becacici
10h00 - O papel da Sociedade na Educação de Trânsito - Roberto DaMatta
10h40 - coffee break
11h00 - O papel da família na Educação de Trânsito - Içami Itiba
11h40 - O papel da escola na Educação de Trânsito – Gabriel Chalita
12h20 - O papel da mídia na Educação de Trânsito - Caco Barcellos
13h00 - Encerramento
14h30 - grupos de estudo
16h00 - coffee break
18h00 – encerramento

Informações à Imprensa:
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